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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Porque digo aos meus empregados que tragam os filhos para o escritório - Dinheiro Vivo

Gostei muito do texto. O site é Português, mas a mensagem é útil para qualquer lugar do mundo e serve para mostrar o quanto o calor humano nos faz produzir mais e melhor, visto que ao lado de quem amamos tudo é muito mais prazeroso. Espero que gostem.

Sou CEO de uma empresa high-tech em forte crescimento. Sou também mãe de três rapazes, de 9, 7 e 4 anos, e orgulho-me de estar bastante envolvida nas suas vidas. Tive de fazer malabarismo com os filhos e a carreira nos últimos 10 anos e não consigo separar o trabalho e a vida familiar, pois descobri que isso cria demasiado stress e pressão. Em vez disso, integro ambos, trazendo os miúdos para o emprego e levando trabalho para casa, conforme as necessidades. Isto tem funcionado tão bem, para mim e para a Palo Alto Software, que se tornou parte da nossa cultura empresarial. Não, não trazemos os filhos para o escritório todos os dias, e de forma alguma usamos esta liberdade como substituto do infantário. Mas, quando a ama precisa de uma tarde de folga, a escola encerra inesperadamente, ou o filho de um empregado não se sente muito bem, incentivamos as crianças a passarem o dia no escritório. Até temos uma sala concebida especialmente para elas, onde podem ver televisão, fazer jogos, trabalhar em projetos artísticos, ler ou fazer os trabalhos de casa. Os meus empregados também não carregam o fardo de horários de trabalho rígidos. Independentemente da razão, se os pais precisarem de estar com os filhos durante as horas “normais” de trabalho, compreendemos e apoiamos. Concentramo-nos nos resultados e na concretização de objetivos, mais do que em horas trabalhadas no escritório, e damos aos empregados a liberdade de fazerem o seu trabalho onde e como lhes der jeito.
Quando as empresas competem pelos melhores talentos, os benefícios e a cultura empresarial são importantes. Já todos ouvimos falar dos benefícios ridículos das empresas de Silicon Valley, como cabeleireiros, carrinhos de café, salas de jogos e limpeza a seco, tudo gratuito, no campus. Os novos empregados recebem os gadgets mais recentes por assinarem o contrato. Um COO de uma destas empresas de grande crescimento disse-me que nunca pensara que uma parte tão importante do seu trabalho fosse preocupar-se em ter os melhores burritos na cafetaria, para não perder empregados para outra empresa. Mas, afinal de contas, esse género de benefícios é bastante superficial. Toda a gente sabe que o objetivo é manter as pessoas no escritório o máximo de tempo possível e não fazê-las felizes. Fornecer um ambiente em que um empregado possa ser leal, trabalhar duramente e ser recompensado pela inovação permitirá que a sua empresa obtenha melhores resultados e, simultaneamente, pessoas mais talentosas. Os melhores de todos são menos influenciados por um novo iPad ou cafés gratuitos do que pela oportunidade de gerir as suas próprias horas e concentrar-se nos resultados, numa empresa que respeite as suas vidas em casa e as suas famílias. As pesquisas têm demonstrado que uma pessoa apenas consegue ser produtiva durante um certo número de horas por dia. Para além disso, os empregados estão apenas a desperdiçar tempo e a produzir resultados insignificantes. Por vezes, trabalhar demasiadas horas produz mesmo um efeito negativo, e não apenas neutro ou tardio, nos resultados e na produtividade. Assim sendo, porquê incentivar os empregados a ficarem no escritório durante 60, 70 ou 80 horas por semana, quando pode, de facto, obter menos deles ou mesmo perdê-los para outras empresas? A cultura que defendo permite aos empregados trabalharem muito e dá-lhes a oportunidade de relaxarem e de se renovarem todas as noites, indo para casa às 5h30 ou 6h00. Será que os meus empregados produzem menos? Terá a minha empresa sofrido financeiramente pelo estilo de trabalho e de benefícios que ofereço aos meus empregados? Muito pelo contrário. Nunca crescemos mais depressa, nem tivemos tanto sucesso financeiro. Temos empregados felizes, que adoram trabalhar para nós. Ah, e também tivemos um baby boom no escritório — no ano passado, nasceram 10 bebés. Se isto não é um indicador de empregados felizes, seguros e bem-pagos, não sei o que o será! Acreditamos que, tanto para recrutar, como para reter os melhores empregados, precisamos de oferecer uma cultura que lhes dê espaço para serem criativos, tomarem iniciativas e serem fantásticos nas suas carreiras. É por isso que reconhecemos a importância das suas vidas pessoais e lhes damos flexibilidade de horários, assim como a flexibilidade de trazerem os filhos para o escritório, caso seja necessário. Esqueçamos, pois, os benefícios “baratos”, como foosball e burritos de borla e, em vez disso, tratemos de fornecer uma cultura que respeite as pessoas como seres humanos que desejam mais do que apenas trabalhar. Sabrina Parsons é CEO da empresa Palo Alto Software

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